Rancho de Michael Jackson, Neverland, esta à venda por US$ 100 milhões
O rancho
Neverland, propriedade no sul da Califórnia onde Michael
Jackson construiu sua casa
dos sonhos, está à venda por US$ 100 milhões seis anos depois da morte do cantor.
A notícia foi confirmada pela imprensa
americana nesta quinta-feira (28), quase um ano depois que a revista
"Forbes" antecipou o interesse da empresa de investimentos Colony
Capital, dona do rancho, de buscar comprador para esse complexo de 1.300 hectares
onde o "rei do pop" chegou a ter seu próprio zoológico e parque de
diversões.
Essas estruturas foram desmanteladas, mas
Neverland, que recuperou seu nome anterior ("Sycamore Valley Ranch"),
curiosamente ainda conserva uma lhama e mais de 20 imóveis, entre elas a casa
principal com seis dormitórios, duas para convidados, piscina, quadra de
basquete, outra de tênis e um cinema com capacidade para 50 pessoas.
O terreno conta ainda com duas lagoas e uma
linha de ferrovia interna com sua própria estação.
A operação de venda está sendo administrada
pelas agências imobiliárias Sotheby's International Realty e Hilton &
Hyland, que asseguraram ser muito seletivas na hora de atender possíveis
compradores para evitar tentativas de fãs do cantor de entrar no lugar
fazendo-se passar por clientes. "Não vamos fazer percursos
turísticos", comentou Suzanne Perkins, da Sotheby's.
Michael Jackson adquiriu a propriedade em 1988
do magnata de campos de golfe William Bone - por US$ 17,5 milhões de dólares,
segundo algumas fontes, e até 30 milhões, segundo outras - e deu asas à
imaginação.
Jackson rebatizou o lugar como Neverland, a
"Terra do Nunca" descrito pelo escocês J.M. Barrie em suas romances
sobre crianças que nunca cresciam e cujo líder era Peter Pan, um personagem que
o próprio "rei do pop" tentou imitar.
Encravado no vale de Santa Ynez, locação do
filme "Sideways - Entre umas e outras" e a duas horas e meia de Los
Angeles em carro, o rancho descansa entre colinas e estradas secundárias.
Passada sua entrada principal, o visitante tem
ainda que percorrer 1,5 km antes de descobrir o que o rancho esconde em seu
interior.
Para seu divertimento, e o de
seus visitantes, o "rei do pop" instalou uma roda-gigante, um
carrossel, um salão com jogos de fliperama, um palco para shows ao ar livre e
um cinema, além de sua própria confeitaria.
O trem e os carros de golfe eram o meio de
transporte utilizado por quem transitava pelo complexo, inclusive Jackson, que
chegou a ter em seu zoo particular desde leões, macacos e alpacas, até
elefantes, um deles presente de sua amiga, a atriz Elizabeth Taylor.
Em 2003 e após décadas de rumores e acusações
de abusos sexuais a menores ocorridos em Neverland, as autoridades emitiram uma
ordem de detenção contra Jackson por pedofilia. A bolha fantasiosa na qual
tinha transformado seu rancho arrebentou quando a polícia entrou ali.
O artista, que terminou sendo inocentado das
acusações em um julgamento realizado em 2005, declarou que nunca retornaria a
Neverland porque seu paraíso tinha sido violado por aquele processo judicial.
E assim foi. Jackson abandonou fisicamente o
vale de Santa Ynez, mas seguiu mantendo a propriedade. Em 2008, suas
desmesuradas despesas lhe obrigaram a pedir ajuda à empresa de investimentos
Colony Capital para que assumisse uma dívida de US$ 23 milhões.
O rei do pop se aferrava em vida a qualquer
opção para manter seu sonho voando, talvez com a esperança de voltar ali algum
dia.
Michael Jackson morreu em junho
de 2009, aos 50 anos, por uma overdose de um anestésico. Sua família, muitos de
seus fãs e os donos do Colony Capital pensaram em Neverland para enterrá-lo e
transformar o lugar em um local de peregrinação e negócio. Seria, assim, uma
espécie de Graceland, a "casa" de Elvis Presley.
Mas Jackson escolheu seu rancho justamente
para que estivesse afastado do mundo, difícil de chegar, longe de vias
principais, para que ninguém lhe incomodasse.
O cantor foi finalmente enterrado em Los
Angeles, e Neverland continuou fechado nestes anos, representando um custo de
manutenção milionário para a Colony Capital, que decidiu enfim que é hora de
vendê-lo.
por Alex Evans
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