Para Jurada do "MasterChef", quem quer se chef não entra em reality show.
À frente de 60 funcionários que se dividem entre seus
dois restaurantes em São Paulo – Arturito e La Guapa Empanadas –, a jurada da versão
brasileira do “MasterChef”, Paola Carosella, 42 anos, enxerga-se mais como uma
professora do que como uma chef de cozinha. Exigente, a argentina defende a
rigidez com a qual ela e os colegas de programa, Erick Jacquin e Henrique
Fogaça, tratam os concorrentes e diz não ver nenhum participante do
reality como a grande descoberta da gastronomia brasileira.
“Se alguém
realmente sente que vai ser a ‘grande revelação’, não vai para um reality show.
Vai trabalhar em um restaurante de verdade, se dedicar à gastronomia. Quem vai
para um reality show é 'carne' de reality show”, disse Paola em entrevista ao UOL.
“São pessoas
[candidatos] que gostam de cozinhar, veem a chance de mudar de vida, mas não
são as próximas revelações. O Hamilton [Carvalho, piloto de helicóptero da
polícia no Distrito Federal], por exemplo, pode pegar os R$ 150 mil e colocar a
família inteira para trabalhar em um food truck. O cara vai mudar de vida ou
talvez preparar sua aposentadoria. Mas será a próxima revelação da gastronomia
brasileira? Não”, concluiu.
Maquiagem,
cabelos esvoaçantes, vestidos, saltos e o status de musa. Termos pouco usuais
no universo de Paola, mas que se tornaram mais comuns desde o início da segunda
temporada do “MasterChef”. Discreta, a mãe da Francesca, 4 anos, não costuma
andar com roupas chamativas e estranha quando recebe elogios relacionados a sua
beleza física. Isso porque durante um bom tempo, além de não se achar atraente,
precisou se “masculinizar” para obter respeito entre seus pares.
“Na cozinha, a
gente não anda de cabelo solto, maquiada e ouvindo Beyoncé. Sempre me
considerei uma mulher feia, muito alta... Hoje, vejo que tenho uma beleza
particular e gosto dela, de mim. Comecei a trabalhar na cozinha aos 18 anos e
nessa época não tinha mulheres na cozinha. Precisava demonstrar que era tão
macho como os machos. Nunca pus nem tempo, nem energia na minha parte estética.
Não podia ser bonita, porque tinha que ser tão cozinheira como os caras”,
contou ela, que viu sua vaidade se aflorar diante das câmeras.
“Se você está na
TV, tem que ser carne de TV, tem que estar bonita. Não posso falar: ‘Vou me
vestir como se estivesse no Arturito’. Sugerem macacão e falo: ‘Sim, não usaria
muito isso, mas tudo bem [risos]. Antes ninguém olhava para mim nas ruas’. Acho
engraçado [comentários sobre o fato de ser musa], a televisão coloca todo mundo
em um pedestal”.
Encarando
a segunda temporada do reality, ela diz que já se sente mais à vontade na
frente das câmeras. “Estou mais natural do que na primeira temporada, aprendi
como funciona”, diz a chef, deixando claro que não faz tipos para ‘apimentar’ a
edição. “Não somos atores, não temos como interpretar personagens”.
Com 24 anos de
experiência e ciente das dificuldades do mercado, Paola não aceita “mimimi” e
não acha correto quem classifica os jurados como insensíveis.
Por Alex Evans
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